Sonia Gil

Reinventando a Cidade com Meios Múltiplos


Combinando técnicas de pintura com mídia digital, construo mapas de cidades, utilizando diversos elementos, que se misturam em sucessivas camadas transparentes. Em minhas caminhadas pela cidade, tenho sempre a mão minha pequena câmera digital. Com ela capturo manchas, rachaduras de paredes e pisos e texturas diversas, fragmentos de arquitetura que registram a passagem do tempo. Essas imagens são colecionadas junto com outras, produzidas a partir da digitalização de pinturas sobre papel, criando uma grande palheta digital, que é utilizada para fazer as colagens sobre fotos aéreas de cidades.

Esses mapas urbanos são transformados em gravuras digitais, impressos em papel de algodão ou aplicados sobre lona ou adesivo para criar móveis e objetos. Utilizo também as imagens de meus mapas inventados para criar aplicações sobre fotografias de cenas de cidades, criando verdadeiras “instalações virtuais”, que colocam em dúvida a percepção do que é real, nos levando a refletir sobre nossas relações com o espaço urbano contemporâneo, em uma sociedade que se torna cada vez mais digital.

Essas instalações virtuais são feitas também em parceria com artistas de outras cidades do mundo. Sou co-fundadora da rede internacional de arte colaborativa chamada Urban Dialogues. 


Cadeira estofada com tecido plotado com Mapa de Shenzhen na China
e mesa de centro adesivada com plotagem de Mapa do Centro do Rio de Janeiro
(Parceria com as arquitetas Cláudia Marandino e Cristina Guimarães)


Projeção de uma instalação virtual


Mapa digital da favela da Rocinha
impressão em papel de algodão


Mapa digital da Lagoa Rodrigo de Freitas
impressão digital sobre papel de algodão mais monotipia
exposição no espaço As Arquitetas



Instalação virtual, colagem colaborativa Urban Dialogues
Sonia Gil e Uma Ray, Calcutá, India


Instalação Virtual, mapa de São Paulo projetado sobre Cais do Porto do Rio de Janeiro


Instalação Virtual, mapa de São Paulo projetado sobre asfalto e calçada


Instalação Virtual, mapa Pequim projetado sobre obra de rua no Centro do Rio de Janeiro 



non gratos
Ana salek

Nas palmas das
Minhas mãos
Mora o pecado,
O não dito.

E é por isso
Que sempre ando com elas atadas.

A chegada dos outros,
Dos duplos,
Dos desconhecidos
Sempre foi
O grande temor dessa aldeia.
(meus punhos estão mais cerrados agora)

É sempre entre sonho
E vigília, quando todos
Estão a esmo que os intrusos
Fazem os seus convites.
(me apronto para o combate)

Quando um bater das
Asas dumas criaturas sem
Rosto adentrar pelo meu
Portão

Abrirei então os meus braços.




Nas palmas das
Minhas mãos
Mora o pecado,
O não dito.


O mapa do pecado 



Projeções de Mapas Digitais sobre o corpo